O Cinema no caminho das águas: Um mergulho no processo de criação do Guapi-Macacu
Guapi-Macacu é um filme que embaralha o tempo-espaço, buscando tecer uma memória das águas. Através de Ominá, nossa personagem ficcional que viaja através do tempo das imagens, embarcamos em uma aventura contemplativa e reflexiva junto das águas, navegando no rio Guapi-Macacu, na Baía de Guanabara e no Mangue. Ominá é uma buscadora das raízes das águas. Quando ela chega em algum lugar, não há certo, não há errado. É sempre o tempo que se é para estar. Apesar de seu corpo humano, ela não é mortal, não sangra, não chora, mas sente cada partícula viva ao seu redor. Ela só é capaz de se comunicar com as águas, sejam as salgadas ou doces. Baía, Manguezal ou Rio, ela escuta e se conecta. Ominá leva consigo dois objetos mágicos, sua varinha que rastreia as águas submersas e a faz caminhar em outros tempos de uma mesma paisagem e seu espelho que lhe traduz em língua humana um pouco sobre cada lugar. OMINÁ chega ao Brasil, no Rio de Janeiro. Praça XV. Depois emerge das águas no rio Guapi – Macacu. Pela mudança brusca da paisagem das cidades, ela achará que viajou para outro tempo, porém irá compreender que ainda está no mesmo ano, no mesmo dia de 2020. A partir disso, ela fará uma reflexão sobre o tempo que habita o tempo, a importância das águas doces, do mangue e do oceano para a preservação da vida na terra e para a construção do bem viver.
"As ruas precisavam existir, os carros precisavam passar e os rios?"
Água mole em pedra dura tanto bate até fura.
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel.
Quem é o Guapi-Macacu?
O Guapi-Macacu é o rio com maior vazão de toda a região hidrográfica da Baía de Guanabara, sendo um fornecedor de água potável para cerca de 2 milhões de fluminenses.
Responsável por 40% da água limpa que desemboca na Baía de Guanabara, mantendo-a ainda (muito) viva com a ajuda dos manguezais ainda preservados da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim.
A bacia hidrográfica do Guapi-Macacu reune uma quantidade expressiva de peixes nativos, sendo considerada como o principal “bolsão de biodiversidade” da Bacia da Baía de Guanabara.
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O boto-cinza é uma espécie de golfinho. Segundo especialistas havia cerca de 500 botos-cinza vivendo na Baía de Guanabara na década de 80. Atualmente, são em torno de 30 e eles resistem graças ao Manguezal. Você sabia que essa diferença de que boto vive em água doce e golfinho em água salgada não existe? Na verdade, o boto-cinza é um tipo de golfinho.
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Os manguezais ocupam somente 1% de toda a área coberta por floresta da terra. No entanto, 60% das espécies marinhas dependem dele para existe.
O Manguezal é vida. O encontro da água doce com a água salgada. O imaginário coletivo ainda o enxerga como algo sujo e malcheiroso. Berçário da vida, este importante ecossistema de transição entre os ambientes terrestres e marinho é responsável por filtrar o caborno, armazenando em seu solo 50 vezes mais gás carbônico em comparação com as flores tropicais.